quarta-feira, 26 de novembro de 2014


TAMANHO É DOCUMENTO

Embora os insetos estejam tão presentes no nosso dia a dia, uma grande parcela das espécies é praticamente invisível aos nossos olhos. Isso porque pelo menos 2/3 dos insetos não chega a um centímetro de comprimento podendo ocultar-se com facilidade ou passar despercebidos. Ser pequeno assim deve trazer uma série de vantagens, mas certamente acarreta algumas desvantagens a serem superadas pelo organismo. A escala de variação em tamanho entre os insetos chega a ordem de 1:1,5 x 108, o menor inseto conhecido tem 0,2 mm (micro himenóptero) enquanto que o maior chega a 30 cm (bicho-pau).  
Primeiramente, ressalte-se o papel do exoesqueleto, nesse caso, o principal responsável pela sobrevivência dos insetos, pois além de proteção contra as intempéries, ele é impermeável evitando a rápida dessecação do organismo. A perda de água por evaporação é a consequência óbvia da desproporção entre superfície e volume quando a dimensão (L) do comprimento do corpo vai sendo reduzida.
Resolvido esse problema, ser diminuto parece somente trazer vantagens. Pequenos insetos podem explorar fontes de alimentos inacessíveis a outros organismos, a necessidade de oxigênio é menor; assim como, a quantidade de alimento; escapam facilmente de seus predadores; o ciclo de vida torna-se mais curto, com maior número de gerações.
 

Na escala de grandeza dos insetos (10-2 m), a força da gravidade deixa de ser importante e a atração é mínima, no entanto, passam a agir outras forças, como a de atração molecular. Isso explica em parte porque uma pequena mosca caminha tranquilamente em superfícies horizontais como o teto das nossas casas ou repousa presa à vidraça. Entretanto, a tensão superficial de um pingo d’água lhe pode ser fatal dobrando seu peso.

Sendo menos atraídos pela gravidade, para pequenos organismos como os insetos andar e correr têm um custo energético muito maior do que voar, isso explica porque insetos desenvolveram asas a mais de 300 milhões de anos. Portanto, o tamanho e a forma do corpo do organismo têm extrema importância na forma de vida, na ecologia, sendo determinantes no sucesso das espécies.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014


VOAR É COM OS INSETOS

Estima-se que os insetos adquiriram a capacidade de voar a mais de 300 milhões de anos. É o único grupo que apresenta apêndices próprios para o voo e não modificações de membros como nas aves e morcegos. Por isso as asas não apresentam músculos internos. Elas são movimentadas indiretamente por músculos torácicos presos ao esclerito superior do tórax. As asas são formadas por duas membradas justapostas contendo uma rede de reforços conhecidos como veias, assim são leves e eficientes.  Embora a maioria seja excelentes voadores, muitos insetos nunca utilizam suas asas, pois vivem no solo ou mergulhados no alimento.
Outros utilizam as asas como camuflagem, para proteger o corpo, para produzir sons, capturar energia solar, aquecer a colônia e para armazenar bolhas de ar quando debaixo d’agua. Insetos primitivos como os colêmbolos que vivem no solo nunca desenvolveram asas enquanto que pulgas e piolhos perderam definitivamente esses apêndices por serem ectoparasitos obrigatórios. Embora borboletas e mariposas batam suas asas de 4 a 70 vezes por segundo, insetos mais evoluídos como moscas, mutucas e quironomídeos são extremamente eficientes batendo de 50 a 2000 vezes por segundo.

 
Detalhe da nervação da base das asas de libélulas (Ordem Odonata): A- Família Coenagrionidae; B- Família Calopterygidae.


 Isso é possível graças a fibras especiais que aparecem na musculatura responsável pelo voo, (músculos fibrilares), que responde a duas contrações para cada pulso elétrico recebido. A velocidade de voo varia de 0,3 Km/h para mosquitos, 20 Km/h para mariposas  (esfingídeos e noctuídeos) até 60 Km/h para moscas (tabanídeos). Também na articulação das asas ao tórax pode aparecer uma proteína (borracha natural) denominada resilina cujo coeficiente de elasticidade a torna o material mais elástico que se conhece restituindo 100% da energia recebida sem nunca apresentar desgaste. Insetos modernos (neópteros) adquiriram a capacidade de dobrar as asas sobre o corpo, quando não estão em voo, graças a um músculo direto presente na base da asa e a duas dobras especiais na membrana. Insetos com dois pares de asas tornaram o uso das asas mais eficiente acoplando o segundo par ao primeiro fazendo com que as duas superfícies funcionem juntas. Em suma, às asas pode-se creditar grande parte do sucesso dos insetos como grupo.  Algumas espécies voam a grandes distâncias produzindo correntes migratórias de um continente para outro. Em suma, às asas pode-se creditar grande parte do sucesso dos insetos como grupo.  

quarta-feira, 19 de novembro de 2014


INSETOS: ANIMAIS PELO AVESSO


 

Por suas peculiaridades os insetos podem ser considerados animais “pelo avesso”. Isso porque apresentam o esqueleto do lado de fora do corpo (exoesqueleto) revestindo toda a superfície do corpo e os apêndices. São também “animais ao contrário”, pois possuem a corda nervosa ventral e o coração dorsal. O exoesqueleto é uma das razões do grande sucesso da classe, pois funcionando como uma armadura impermeável propiciou a redução das dimensões do corpo e possibilitou aos insetos frequentar e explorar os mais diversos e variados ambientes terrestres onde outras espécies não podem ocorrer.
 
 
 
O exoesqueleto não tem a mesma constituição em toda a extensão do corpo e nem a mesma espessura, assim, placas rígidas estão ligadas a áreas membranosas formando articulações. Enquanto que cabeça e tórax são mais espessos resistindo às tensões musculares, no abdome o exoesqueleto apresenta-se mais flexível permitindo certa expansão e mobilidade.