quinta-feira, 20 de novembro de 2014


VOAR É COM OS INSETOS

Estima-se que os insetos adquiriram a capacidade de voar a mais de 300 milhões de anos. É o único grupo que apresenta apêndices próprios para o voo e não modificações de membros como nas aves e morcegos. Por isso as asas não apresentam músculos internos. Elas são movimentadas indiretamente por músculos torácicos presos ao esclerito superior do tórax. As asas são formadas por duas membradas justapostas contendo uma rede de reforços conhecidos como veias, assim são leves e eficientes.  Embora a maioria seja excelentes voadores, muitos insetos nunca utilizam suas asas, pois vivem no solo ou mergulhados no alimento.
Outros utilizam as asas como camuflagem, para proteger o corpo, para produzir sons, capturar energia solar, aquecer a colônia e para armazenar bolhas de ar quando debaixo d’agua. Insetos primitivos como os colêmbolos que vivem no solo nunca desenvolveram asas enquanto que pulgas e piolhos perderam definitivamente esses apêndices por serem ectoparasitos obrigatórios. Embora borboletas e mariposas batam suas asas de 4 a 70 vezes por segundo, insetos mais evoluídos como moscas, mutucas e quironomídeos são extremamente eficientes batendo de 50 a 2000 vezes por segundo.

 
Detalhe da nervação da base das asas de libélulas (Ordem Odonata): A- Família Coenagrionidae; B- Família Calopterygidae.


 Isso é possível graças a fibras especiais que aparecem na musculatura responsável pelo voo, (músculos fibrilares), que responde a duas contrações para cada pulso elétrico recebido. A velocidade de voo varia de 0,3 Km/h para mosquitos, 20 Km/h para mariposas  (esfingídeos e noctuídeos) até 60 Km/h para moscas (tabanídeos). Também na articulação das asas ao tórax pode aparecer uma proteína (borracha natural) denominada resilina cujo coeficiente de elasticidade a torna o material mais elástico que se conhece restituindo 100% da energia recebida sem nunca apresentar desgaste. Insetos modernos (neópteros) adquiriram a capacidade de dobrar as asas sobre o corpo, quando não estão em voo, graças a um músculo direto presente na base da asa e a duas dobras especiais na membrana. Insetos com dois pares de asas tornaram o uso das asas mais eficiente acoplando o segundo par ao primeiro fazendo com que as duas superfícies funcionem juntas. Em suma, às asas pode-se creditar grande parte do sucesso dos insetos como grupo.  Algumas espécies voam a grandes distâncias produzindo correntes migratórias de um continente para outro. Em suma, às asas pode-se creditar grande parte do sucesso dos insetos como grupo.  

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