VOAR É COM OS INSETOS
Estima-se que os insetos adquiriram a capacidade
de voar a mais de 300 milhões de anos. É o único grupo que apresenta apêndices próprios
para o voo e não modificações de membros como nas aves e morcegos. Por isso as
asas não apresentam músculos internos. Elas são movimentadas indiretamente por músculos
torácicos presos ao esclerito superior do tórax. As asas são formadas por duas
membradas justapostas contendo uma rede de reforços conhecidos como veias,
assim são leves e eficientes. Embora a maioria
seja excelentes voadores, muitos insetos nunca utilizam suas asas, pois vivem
no solo ou mergulhados no alimento.
Outros utilizam as asas como camuflagem,
para proteger o corpo, para produzir sons, capturar energia solar, aquecer a colônia
e para armazenar bolhas de ar quando debaixo d’agua. Insetos primitivos como os
colêmbolos que vivem no solo nunca desenvolveram asas enquanto que pulgas e
piolhos perderam definitivamente esses apêndices por serem ectoparasitos obrigatórios.
Embora borboletas e mariposas batam suas asas de 4 a 70 vezes por segundo, insetos
mais evoluídos como moscas, mutucas e quironomídeos são extremamente eficientes
batendo de 50 a 2000 vezes por segundo.
Detalhe
da nervação da base das asas de libélulas (Ordem Odonata): A- Família
Coenagrionidae; B- Família Calopterygidae.
Isso é possível graças a fibras
especiais que aparecem na musculatura responsável pelo voo, (músculos fibrilares), que responde a duas
contrações para cada pulso elétrico recebido. A velocidade de voo varia de 0,3 Km/h
para mosquitos, 20 Km/h para mariposas (esfingídeos
e noctuídeos) até 60 Km/h para moscas (tabanídeos). Também na articulação das asas ao tórax pode
aparecer uma proteína (borracha natural) denominada resilina cujo coeficiente
de elasticidade a torna o material mais elástico que se conhece restituindo
100% da energia recebida sem nunca apresentar desgaste. Insetos modernos (neópteros)
adquiriram a capacidade de dobrar as asas sobre o corpo, quando não estão em
voo, graças a um músculo direto presente na base da asa e a duas dobras
especiais na membrana. Insetos com dois pares de asas tornaram o uso das asas
mais eficiente acoplando o segundo par ao primeiro fazendo com que as duas superfícies
funcionem juntas. Em suma, às asas pode-se creditar grande parte do sucesso dos
insetos como grupo. Algumas espécies
voam a grandes distâncias produzindo correntes migratórias de um continente
para outro. Em
suma, às asas pode-se creditar grande parte do sucesso
dos insetos como grupo.
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