A GRANDE PREDILEÇÃO DO CRIADOR PELOS BESOUROS
Nosso
planeta poderia ser conhecido por “terra dos besouros” se fossemos fazer justiça
ao grupo de organismos predominante em todas as regiões biogeográficas e em
quase todos os habitats. Um em cada três insetos é um coleóptero. Conhecidos popularmente
por besouros, vaga-lumes, joaninhas, carunchos, bicudos ou escaravelhos,
totalizam 350.000 espécies descritas, o que representa 25% de todas as espécies
de animais e plantas catalogados ou 40% dos insetos. A biodiversidade terrestre
não seria a mesma sem eles! É o grupo com maior diversidade anatômica e biológica,
embora a grande maioria se caracterize na fase adulta pelo primeiro par de asas
esclerotizado, resistente em forma de estojo (élitro), que protege o segundo
par membranoso, quando o indivíduo está em repouso. Besouros estão entre os menores
e os maiores insetos conhecidos, haja vista que o menor deles mede apenas 0,3
mm enquanto que o maior tem 200 mm. Com tamanha variedade de espécies pode-se
esperar uma grande diversidade de hábitos alimentares que abrangem todos os órgãos
das plantas, predação ativa e parasitoidismo de outros insetos, e ainda coprofagia,
saprofagia e fungivoria (apenas o hábito hematófago não é conhecido entre os
besouros).
A. Familia Passalidae; B. Familia Scarabaeidae; C. Familia Buprestidae; D. Familia Elateridae.
Mas, o
que teria levado os besouros a alcançar tamanha expansão e sucesso? O
desenvolvimento dos élitros protegendo as asas e o corpo foi importante mas não
é a única causa. O longo período evolutivo dos besouros desde o Triássico (240
milhões de anos) possibilitou uma grande radiação de espécies com o surgimento
de inúmeras possibilidades de novos microhabitats e fontes de alimento. Outras razões
foram: a forma do corpo em cunha, achatado, liso e rígido; a rigidez da cabeça e
do protórax; a flexibilidade entre as regiões do corpo; a flexibilidade do
abdome e a presença de asas membranosas efetivas para o voo, dobradas e protegidas
sob o primeiro par quando em repouso. Como em outros grupos de insetos holometábolos,
os besouros também beneficiaram-se muito da fase larval que pode explorar recursos
alimentares diferentes daqueles dos adultos aumentando as chances de sobrevivência.
A ordem Coleoptera está entre as que acrescenta o maior números de novas espécies
anualmente.
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