quinta-feira, 11 de dezembro de 2014




 
 
 
 
 
 
 

A GRANDE PREDILEÇÃO DO CRIADOR PELOS BESOUROS


Nosso planeta poderia ser conhecido por “terra dos besouros” se fossemos fazer justiça ao grupo de organismos predominante em todas as regiões biogeográficas e em quase todos os habitats. Um em cada três insetos é um coleóptero. Conhecidos popularmente por besouros, vaga-lumes, joaninhas, carunchos, bicudos ou escaravelhos, totalizam 350.000 espécies descritas, o que representa 25% de todas as espécies de animais e plantas catalogados ou 40% dos insetos. A biodiversidade terrestre não seria a mesma sem eles! É o grupo com maior diversidade anatômica e biológica, embora a grande maioria se caracterize na fase adulta pelo primeiro par de asas esclerotizado, resistente em forma de estojo (élitro), que protege o segundo par membranoso, quando o indivíduo está em repouso. Besouros estão entre os menores e os maiores insetos conhecidos, haja vista que o menor deles mede apenas 0,3 mm enquanto que o maior tem 200 mm. Com tamanha variedade de espécies pode-se esperar uma grande diversidade de hábitos alimentares que abrangem todos os órgãos das plantas, predação ativa e parasitoidismo de outros insetos, e ainda coprofagia, saprofagia e fungivoria (apenas o hábito hematófago não é conhecido entre os besouros).

A. Familia Passalidae; B. Familia Scarabaeidae; C. Familia Buprestidae; D. Familia Elateridae.  

Mas, o que teria levado os besouros a alcançar tamanha expansão e sucesso? O desenvolvimento dos élitros protegendo as asas e o corpo foi importante mas não é a única causa. O longo período evolutivo dos besouros desde o Triássico (240 milhões de anos) possibilitou uma grande radiação de espécies com o surgimento de inúmeras possibilidades de novos microhabitats e fontes de alimento. Outras razões foram: a forma do corpo em cunha, achatado, liso e rígido; a rigidez da cabeça e do protórax; a flexibilidade entre as regiões do corpo; a flexibilidade do abdome e a presença de asas membranosas efetivas para o voo, dobradas e protegidas sob o primeiro par quando em repouso. Como em outros grupos de insetos holometábolos, os besouros também beneficiaram-se muito da fase larval que pode explorar recursos alimentares diferentes daqueles dos adultos aumentando as chances de sobrevivência. A ordem Coleoptera está entre as que acrescenta o maior números de novas espécies anualmente.

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