quarta-feira, 14 de janeiro de 2015


INSETO ATÉ DEBAIXO D’ÁGUA

Apesar do predomínio dos insetos no ambiente terrestre, muitas são as espécies que utilizam o meio aquático para sua sobrevivência e desenvolvimento de, pelo menos, uma das fases de vida. O certo é que em 13 ordens de insetos a fase jovem ou a fase adulta (ou ambas) é aquática ou semiaquática e nas ordens Ephemeroptera, Plecoptera, Trichoptera, Odonata e Megaloptera todas as espécies são aquáticas. Muitas espécies são predadoras alimentando-se sobre outros insetos e crustaceos, pequenos peixes ou anfíbios, entretanto outras utilizam algas ou detritos e sedimentos.

A vida na água requer muitas adaptações dentre as quais, a obtenção de oxigênio. O sistema de ventilação dos insetos formado por espiráculos e traqueias sofreu algumas modificações para facilitar a aquisição do oxigênio no meio liquido. A mais importante delas se refere a diminuição do número de espiráculos e a adaptação desses a tubos ou sifões que emergem na superfície quebrando a tensão superficial da água (percevejos da família Nepidae e larvas de mosquitos).


          A náiade de libélula faz trocas gasosas através de guelras anais.

As espécies que mantiveram todos os espiráculos funcionais adaptaram um modo de aprisionar uma bolha de ar debaixo da asas da qual extraem o oxigênio necessário a sua sobrevivência (adultos das famílias Hydrophilidae e Dytiscidae – Coleoptera). Nas espécies verdadeiramente aquáticas um filme de ar (plastrão) e mantido permanente junto ao corpo graças a existência de uma micropilosidade que segura essa tênue bolha junto ao corpo realizando a troca de gases e mantendo a concentração necessária de oxigênio.

Finalmente, existe um grupo de insetos que apresenta o sistema traqueal fechado e portanto, depende unicamente da difusão do oxigênio dissolvido na água através do sistema traqueal. Para tanto, essas espécies se adaptaram para aumentar a superfície de contato com a água desenvolvendo evaginações do tegumento que são permeadas por traqueias. Elas estão presentes na lateral do corpo (tórax e abdome) como nas efemérides ou na extremidade como em algumas ninfas de libélulas e são denominadas de brânquias traqueais. Insetos não tiveram sucesso na colonização do habitat marinho e exceto pelos percevejos da família Gerridae, a maioria das espécies somente é encontrada na zona intertidal, entre a alta e a baixa maré.

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